quarta-feira, 9 de abril de 2008

TEMPESTADE...


Hoje é um daqueles dias em que eu "mordi minha língua".

Engraçado como nós fazemos uma idéia muitas vezes fantasiosa da realidade que ainda não vivemos, né.

Quando ficava com raiva de dona mãe, pensava logo: "ela vai ver quando eu for embora", vai sentir muito minha falta e se arrepender disso..." e no momento não me dava conta de como eu eu também sempre me arrependeria de ir embora.

Sempre tive, ainda tenho, e creio que todos nós sempre temos uma tendência de nos sentirmos como vítimas das situações mesmo quando somos mais algozes do que propriamente vítimas de algo.

Mas hoje é um daqueles dias em que eu queria desesperadamente ser dona da minha vida, chutar o pau da barraca e sumir no mapa.

Estou me sentindo um peixe fora dágua, e do mesmo modo que eles se sentem incomodados eu também me sinto ao ver certas coisas acontecendo e não poder fazer nada, nem dar palpite, nem achar ruim, afinal não é da minha conta entende.

Mas nem sempre ao termos consciência da situação conseguimos anular nossos sentimentos, frente a fatos que nos aflingem.

Estou com uma vida descontrolada e desregrada em quase todas as áreas o que me deixa ansiosa e irritada, tá complicado lidar com toda esta pressão em minha cabeça e estar impotente para me livrar das amarras.

Escrevo meio filosoficamente para não cair nos por menores e mesquinharias de fatos medíocres mas que acabaram se tornando grandes elefantes brancos em nossas vidas, me refiro a todos sentados em uma salinha pequena e abafada com um grande elefante tomando todo o espaço e ninguém se atreve a colocar o elefante para fora por não saber quem o trouxe para casa.

Grande ironia eu estar passando por esta situação que sempre repudiei, incompetente! Uma coisa é certa não desejo pra ninguém morar com pessoas que não sua família de verdade, pois qualquer pessoa com a convivência de manias e defeitos passa de querida a "persona no grata" antes do café. Sua família (coitados), tem que te aturar querendo ou não simplesmente porque te amam e preferem você sempre perto mesmo com suas chatices, o que se torna quase um martírio para pessoas que não compartilham do mesmo amor incondicional que sua família nutre por você.

Não posso dizer que fui enganada pois tinha noção de que a coisa seria difícil, acho que me deixei levar um pouco quando Diego dizia que não era bem assim que seria mais fácil, acho que ele é que não conhecia tão bem a sua própria família quanto ele achava e está meio decepcionado, acho que bem mais do que eu até.

Minha família tem seus revezes é claro, mas é bem mais leve, temos liberdade, podemos, falar, gritar, fazer como quisermos, não ficamos nos escondendo, maquiando, dona mãe não se apegava a pequenices e a gente se virava... leveza...

"Namoro que vira lambança me dá asco. Ops não posso falar!"

Enfim, minha gente não casem e morem com familias que não tem estrutura para os ajudar e aguentar mesmo que extritamente necessário, não se enganem mesmo quando for consentido, que no caso de uma familia sem liberdade para discutir não significa consentimento de verdade e sim medo de dizer NÃO PODE!

Minha história foi bem atropelada e tribulada, por isso não tínhamos a mínima estrutura quando decidimos que não ficaríamos separados por 639 km e por amor decidimos enfrentar o mundo, que aliás é bem duro mesmo, chegamos até aqui onde deu agora prontos ou não as asas terão que suportar o vento pois o ninho ficou pequeno, provavelmente vamos cair de novo, mas uma hora conseguiremos voar mais longe.

Nenhum comentário: